O melhor workaway do Brasil fica em Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, numa pequenina cidade chamada Delfim Moreira.

Delfim Moreira roubou o nosso coração, e essa experiência de voluntariado também.

Depois da experiência em Paraty, voltamos acreditar que existem boas pessoas e bons lugares no mundo todo, inclusive no nosso país.

Vem com a gente conhecer o Cristiano, o Oca Roça e esse cantinho lindo da Serra da Mantiqueira! 

Primeiras Impressões Virtuais

Assim que falei com o Cristiano – nosso anfitrião – pelo whatsapp, já vi que o cara era gente fina.

Chegamos a Delfim Moreira sem perguntar qualquer coisa.

Ou seja, não sabíamos nada sobre o lugar ou sobre o tipo de trabalho que iríamos fazer.

Apenas confiei na intuição e na minha tranquilidade ao ouvir a voz do Cristiano.

Geralmente temos viajado assim, confiando e nos guiando pelas nossas sensações.

Ok, nem sempre dá certo, temos Paraty que nos denuncia, mas o voluntariado de Paraty é aquele 1% de coisa ruim que nos acontece. E faz parte do aprendizado. 

Primeiras Impressões Reais

Quando estávamos no último ônibus prestes a chegar a Delfim Moreira, o Cristiano ficou em contato conosco o tempo todo.

Ele estava no Oca Roça, longe da Cidade, mas fez questão de nos pegar na rodoviária (praça) de Delfim.

Depois, descobrimos que a praça-rodoviária ficava a menos de 1 km do hostel e que poderíamos muito bem ter ido a pé.

Mas esse é o Cristiano: gentil, generoso e humano até o último fio de cabelo. ?

Ou seja, a primeira impressão real foi exatamente a mesma: que cara foda, educado, querido e já gostamos dele logo de cara.

O Cris foi nos buscar de Kombi, depois nos levou para comer um lanche e já na primeira noite ficamos conversando até altas horas.

Estrutura e Acomodações

Talvez seja um pouco difícil de explicar isso, já que o Cris recebe os voluntários em dois lugares diferentes:

• no Oca Mantiqueira, que fica na Cidade de Delfim;
• e no Oca Roça, que fica a 7 km de Delfim, num bairro rural muito fofo, chamado Rosário.

Ambos os lugares são maravilhosos, ótimos e confortáveis.

Meu xodó é o Oca Roça então vou falar mais dele, começando pela foto abaixo: 

Oca Roça

A Oca Roça é a casa do Cris: um lindo chalé gigante que fica no alto das Montanhas da Serra da Mantiqueira.

A casa é cercada por lindas e bucólicas paisagens, e para qualquer lado que se olhe, é puro deleite. 

A casa é enorme, confortável, tem uma cozinha ótima e vários lugares para se jogar, curtir o dia, trabalhar, assistir filmes, tem 2 suítes e também um quarto coletivo com beliches.

Além de tudo isso, ainda tem uma área externa com espaço para fogueira, redes, mesinhas para comer no sol, uma horta orgânica, árvores frutíferas e um jardim!

A Oca Roça é um verdadeiro paraíso na terra. ? 

Nosso quarto

O nosso quarto foi uma das minhas partes favoritas desse lugar.

Ganhamos um super quarto no terceiro andar da casa: um colchão de casal no chão e uma janela de tirar o fôlego! 

Acordar com sol, chuva, neblina ou dormir olhando para as estrelas foi simplesmente sensacional. ?

Eu escrevo enquanto ainda estou aqui, e já suspiro de saudade. Porque sei que vou sentir falta desse lugar.

Rotina e horário de trabalho

Isso não existe no mundo maravilhoso de Cristiano. Ou pode até existir, se para você for importante.

O fato é que o Cris deixa todo mundo livre para fazer o que quiser, como quiser e quando quiser.

Existem algumas tarefas fixas escritas nas paredes ou em caderninhos, que consistem em manter tudo limpo e funcionando (incluindo alimentação e cuidados com os animais).

A partir disso, a gente vai percebendo o que precisa ser feito e vai se adaptando a rotina e aos outros voluntários.

Mas tudo por lá acontece muito naturalmente, porque nunca vi o Cristiano dar uma ordem ou pedir para alguém fazer alguma coisa.

E tudo fluiu maravilhosamente bem.

Parênteses para Cristiano

Não me interprete mal, o Cris não dá ordens, mas não é aquele tipo de pessoa ausente ou que não percebe as coisas. 

Muito pelo contrário, ele é sagaz e inteligente o suficiente para conseguir contornar situações indesejadas da melhor forma possível.

Ele sabe qual a contribuição de cada um para a casa e para a dinâmica do projeto.

Ele ama estar rodeado de pessoas e maneja a todos com sabedoria e amor (e ele recebe muuuuitos voluntários ao mesmo tempo).

Cristiano é uma dessas pessoas espetaculares e não me canso de dizer. 

Mas o que fizemos então?

Muitas coisas!

Conhecemos a região de cabo a rabo!

Porque a atividade favorita do Cris é encher a kombOca de gente e sair por aí fazendo trilha, dando susto na galera, tomando banho de cachoeira, dormindo no chalé, subindo o Pico dos Marins, e por aí vai.

Mas também aprendemos a pintar mandalas, praticamos yoga quase que diariamente, cuidamos da horta, do jardim, e dos animais: Joca (gato), Pepa, Budha e Vaca (3 cachorrinhas) e da família de galináceos (Galoca, sua esposa e o Pintinho).

Ah, e  também fizemos alguns vídeos para um projeto do Cris e oficinas de permacultura com os moradores da região. 

Quanto tempo vocês ficaram?

Primeiramente voluntariamos por 3 semanas.

Depois, fomos para Paraty por um mês (pois já tínhamos nos comprometido com outro voluntariado), e finalmente voltamos para tomar conta do Oca Roça e do Oca Mantiqueira enquanto o Cris viajava por aí de Kombi com a Marie.

Então, depois de Paraty ficamos mais 3 meses nesse paraíso, cuidando de tudo enquanto o Cris estava fora.

Comida 

 O Cris não oferece comida (oficialmente). 

Mas pelo menos pelo tempo que passamos ali, tudo foi compartilhado entre todos. 

As refeições eram feitas geralmente por quem estivesse afim de cozinhar, ou por todos juntos.

A maioria dos voluntários era vegetariana, e os que não eram, acabavam entrando na onda, pois modéstia a parte, a gente cozinha pra caralho!! ??‍?

O Cris é o mestre da tapioca, então sempre rola um delicioso festival de tapiocas!!

É um clássico do Oca já. 

A felicidade de ter alimentos orgânicos e locais

Para a nossa sorte e alegria, a maioria dos vizinhos do Cris cultiva orgânicos.

Então, todo esse tempo comemos comida da melhor qualidade, orgânica maravilhosa e comprada direto dos produtores.

Rolava muito escambo e muita troca de gentilezas também.

Ganhamos muita banana, abacate, couve…e distribuímos algumas geléias, pães de fermentação natural e macramês. ?

Aprendizados 

 A primeira coisa que aprendemos aqui é que no Brasil existem sim lugares legais para voluntariar.

Pois confesso que estávamos com um certo receio de que aqui as pessoas não entendam muito o conceito do Work exchange.

Mas para a nossa felicidade e surpresa, o Cristiano sabe exatamente do que se trata. Aprendemos muito e compartilhamos tudo.

Foram dias sensacionais de troca, de risadas, de longas conversas, de fogueira, de esquecer o celular e se entregar ao momento e as pessoas a nossa volta.

Aprendemos sobretudo que confiar sempre é a única coisa possível nesse mundo.

E também aprendemos que a generosidade do ser humano não tem limites. 

Recomendo esse voluntariado para o mundo!

Ah que bom que fosse se todos fossem assim… 

 Se você ainda tem alguma dúvida sobre voluntariar fala comigo!

Mas meu melhor conselho: te joga!!! ♥