Tuol Sleng, o Museu do Genocidio no Camboja é um soco no estômago.

Não consigo achar melhor definição para essa experiência. E também acho que é parada obrigatória para qualquer viajante. O Museu do Genocídio fica na capital Phnom Penh. 

Confesso que quando chegamos no Camboja não sabíamos nada sobre o genocídio ou sobre a história desse país.

E esse foi um dos museus mais impactantes da nossa vida. Muito mais marcante do  que visitar o Complexo de Templos do Angkor, também no Camboja.

Vem saber porque o Tuol Sleng é tão importante e tão pouco conhecido por nós ocidentais!

quarto de tortura no museu do genocídio do camboja

Museu do Genocídio, Tuol Sleng ou S – 21

O Museu do Genocídio, no Camboja, é chamado Tuol Sleng, mas também foi conhecido como S-21, na época.

O Tuol Sleng vive hoje como um  memorial, exatamente no mesmo lugar onde tudo ocorreu: a escola Tuol Svay Prey.

Essa escola foi transformada em centro de interrogatório, detenção e extermínio de intelectuais cambojanos durante o pavoroso regime do Khmer Rouge ou Khmer Vermelho.

O Museu do Genocídio fica localizado na capital do país – Phnom Penh – e nos conta, através de imagens, objetos e sons, parte desse trágico momento histórico do Camboja e de seu povo.

Um local destinado a disseminar o conhecimento entre os jovens Cambojanos acabou sendo usado como centro de extermínio de seu próprio povo. 

A entrada do Museu do Genocídio, que outrora foi uma escola.

uma antiga escola transformada em centro de tortura

A escola transformada em prisão. 

A foto abaixo é um quadro com as regras impostas aos “prisioneiros”. Absurdos como:

2 – Não  seja tolo pois você é um sujeito que se atreve a impedir a revolução. 

4 – Você deve responder as minhas perguntas imediatamente sem perder tempo refletindo.

6 – Enquanto você estiver levando chicotadas ou choques elétricos você não deve chorar.

9 – Se você não seguir todas as regras acima você levará muitas chicotadas ou choques elétricos.

10 – Se você desobedecer qualquer uma das regras você receberá cinco chicotadas ou 10 choques elétricos

regras para prisioneiros do khmer rouge

As absurdas e cruéis regras a que os prisioneiros eram submetidos. 

O Khmer Rouge, o responsável pelo genocídio

O Khmer Rouge, ou Khmer Vermelho, chegou ao poder no ano de 1975.

Seu líder Pol Pot resolveu fazer um “reforma agrária”, que literalmente esvaziou as cidades do Camboja.

Ele e seus seguidores, tiraram os cambojanos de suas casas, e os levaram a força para os campos (com alguns poucos pertences na mão). 

Todos foram obrigados a morar em fazendas coletivas e  trabalhar em regime de escravidão nos plantios de arroz ou em grandes obras de irrigação, inclusive as crianças. 

Tanto as crianças como os adultos comiam apenas o suficientes para sobreviver – pequenas porções de arroz que eram fornecidas pelo Khmer Rouge. 

O governo de Pol Pot, ou Khmer Rouge, durou até 1979, quando finalmente, o exército vietnamita adentrou o país. 

Mas antes disso, foram 4 anos de perseguição, tortura, terror e morte. 

Nesses anos Pol Pot promoveu o fechamento das fronteiras do país, perseguiu minorias étnicas e matou quem eles considerassem “intelectuais”. 

Durante o regime, quem sabia uma língua estrangeira era torturado e morto, quem usava óculos de grau era torturado e morto, qualquer pessoa que tivesse alguma formação acadêmica era perseguido, torturado e morto. 

Estima-se que entre 1,5 a 2,5 milhões de cambojanos – 20% da população na época – tenham morrido durante os anos do Khmer Rouge.

corredores do museu do genocídio

Memorial pelos mortos dentro do museu do genocídio.

uma antiga escola transformada em centro de tortura

Um quarto de tortura.

celas individuais

As minúsculas celas individuais.

Cemitério dentro do Museu do Genocídio

Sendo levada pelo audio guia. 

uma antiga escola transformada em centro de tortura

Chocada com o tamanho das celas.

Um pouco do que ocorreu entre essas paredes

Todos os presos que chegavam na S-21 eram fotografados, tinham todos os seus pertences retirados, e então, eram jogados em uma pequena cela.

Eram torturados por dias, semanas, meses ou até confessarem falsos crimes.

Depois disso, eram mortos.

O mais inacreditável era que todo esse processo era documentado. 

Desta forma, o museu possui uma riqueza de detalhes, fotos e arquivos reais das vítimas e de todo esse horror.

quarto de tortura

Quartos de tortura.

o torturado morto na cama

Uma vítima morta na cama da foto anterior.

corrente usada para prender as pessoas

Peça utilizada para prender os torturados na cama. 

arquivos dos intelectuais mortos

Registros das vítimas (repare que muitas são crianças).

Durante a nossa visita, descobrimos que ninguém saía vivo da S-21, ou seja, estar aqui, naquela época, já era uma sentença de morte.

Estima-se que 20 mil cambojanos tenham sido torturados e mortos dentro do S-21, entre eles soldados do Khmer Rouge. O governo era tão paranóico, que qualquer soldado que eles achassem que soubessem demais, era preso, torturado e morto.  Insanidade total! 

Apenas 15 (você leu certo, apenas 15 pessoas) dessas 20 mil pessoas, sobreviveram a S-21. 

Quatro delas estão vivas até hoje. Encontramos um sobrevivente durante a nossa visita, foi muito louco!

Esses sobreviventes apenas tiveram suas sentenças de mortes adiadas por terem profissões que interessavam ao governo do Khmer Rouge: um era mecânico (consertava os carros do Khmer) outro o artista que documentou grande parte do que está no museu, por exemplo.

Porque eles eram tão idiotas que mataram todos os seres pensantes da época.

Uma das inúmeras salas de interrogatório e tortura.

Nossa experiência visitando o Tuol Sleng, o Museu do Genocídio

Entramos no museu do genocídio sem saber o que nos aguardava. 

Entramos como um quadro em branco – lemos muito pouco sobre o assunto antes – e  talvez tenha sido por isso que essa experiência tenho nos impactado tanto e tão profundamente. 

Recomendo muito comprar um áudio guia na entrada (custa 3 dólares) para ter um experiência mais completa e verdadeira.

Com os fones nos ouvidos, você vai sendo guiado pelo prédio e ouvindo as explicações sobre o que ocorreu onde você está naquele exato momento. Somos direcionados e assim percorremos o prédio, as salas e o jardim. E não tem como não se impactar, emocionar ou se colocar no lugar daquelas pessoas.

➢ Não existe audio guia em português, mas sim em inglês e espanhol.

A antiga escola está muito bem preservada, e caminhamos sem pressa, ouvindo atentamente cada informação, cada detalhe do que se passou ali. 

Cada sala conta milhares de histórias e a gente sente um frio na barriga quando o audio guia começa a nos explicar o que aconteceu em cada canto desse prédio.

O museu é relativamente grande, são vários edifícios transformados em celas e salas transformadas em locais de tortura.

Vidas transformadas em horror e morte.

Sendo impactada a cada passo nesse lugar.

Horário de Funcionamento:

➢ O Museu do Genocídio do Camboja Tuol Sleng está aberto todos os dias das 08:00 às 17:00

prédio onde fica o museu do genocídio

Céu azul da Ilha da Madeira.

Valor dos Ingressos: 

  • 5 dólares para adultos 
  • 3 dólares para pessoas entre 10-18 anos.

➢ O audio guia custa 3 dólares e vale cada centavo! 

Onde se hospedar em Phnom Pehn 

Existem milhares de opções e tudo vai depender do seu bolso e do que gostaria de visitar, já que a cidade é relativamente grande.

Logo que chegamos ficamos no hostel 11 Happy Backpackers, baratíssimo e super bem localizado.

Mas acabamos nos mudando para o The Mou, que foi bastante mais confortável, barato e perto dos locais que queríamos visitar: Museu do Genocídio, o Central Market e o Orussey Market.

Mas recomendamos também:

➤ Para facilitar ainda mais a sua vida vou colocar aqui abaixo,  um mapinha para você se localizar melhor pela capital Phnom Pehn:

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