Nos tornamos fãs incondicionais do Caminho de Santiago de Compostela e só podemos dizer uma coisa: ninguém deveria “estar” na vida sem antes passar pelo caminho de Santiago de Compostela. Ele deveria ser disciplina obrigatória para a nossa existência. Pois é transformador. ❥

Foi de longe e experiência mais fantástica e sensacional que já tivemos na vida! E acho que foi a partir dele que despertamos para o tipo de vida que temos hoje, mais simples, feliz e sempre em movimento.

A verdade é que não sei direito por onde começar esse post. Mas vou tentar.

Admirando o caminho.
Alguns dados importantes (do nosso caminho) para você entender do que se trata o Caminho de Santiago de Compostela, bem objetivamente:
  • 900 km de caminhada;
  •  43 dias;
  • mochila início: Marina – 7 kg  / Gabriel – 11 kg
  • peso início: Marina – 52 kg / Gabriel 81 kg
  • cerca de 100 cidades;
  • 4 regiões da  Espanha;
  • 1000 euros gastos para cada um;
  • 1 par de tênis completamente gastos para cada um;
  • mochila final: Marina – 5 kg / Gabriel –  7 kg
  • peso final: Marina – 52 kg / Gabriel 75 kg
Marina seguindo as indicações do caminho.

O caminho de Santiago de Compostela

O Caminho de Santiago é um percurso utilizado por peregrinos desde o século IX para venerar as relíquias do apóstolo Santiago, cujo sepulcro se encontra na catedral de Santiago de Compostela.

Em 1985 foi declarado pela UNESCO  “Patrimônio da Humanidade”, recebendo o título de “Primeiro Itinerário Cultural Europeu”. Mas foi a partir da publicação do livro O Diário de Um Mago, de Paulo Coelho, que sua popularidade cresceu exponencialmente. E hoje, é um itinerário espiritual e cultural, percorrido por milhares de pessoas dos quatro cantos do mundo, todos os anos. 

Os caminhos estão espalhados por toda a Europa. A maior parte deles liga-se ao caminho Francês – uma das rotas mais populares. Entretanto existem milhares de outras rotas, veja no mapa:

Ways of St. James in Europe
By Manfred Zentgraf, Volkach, Germany (Manfred Zentgraf, Volkach, Germany) [CC BY-SA 2.5 , GFDL or CC-BY-SA-3.0], via Wikimedia Commons

Qual rota fazer

Essa é uma pergunta que só você poderá responder.  Como você pode perceber no mapa acima, existe uma infinidade de rotas. Você pode fazer qualquer uma delas, e começar onde quiser.

Conhecemos pessoas que começaram a caminhada em Paris, outros em Roma. Ainda, encontramos  duas irmãs que caminham 100km todos os anos, ou seja, estão fazendo o Caminho de Santiago em pequenas etapas. De verdade, não existem regras.

Nós escolhemos fazer o Caminho Francês. Porque é a rota clássica, melhor sinalizada e onde existe a maior estrutura.  Ele começa na cidade de Saint-Jean-Pied-de Port, na França e termina em Santiago de Compostela, num total de 799 km.

No entanto, nós caminhamos 900 km porque fomos além de Santiago de Compostela. Após chegar em Santiago, seguimos caminhando até Muxia, e depois até Fisterra – onde está o marco zero do Caminho de Santiago de Compostela. Como não somos religiosos, nos fazia mais sentido caminhar até o mar e chegar ao fim da terra.

Fisterra – deriva da expressão latina finis terrae, isto é “fim da terra”.
Veja no mapa abaixo o Caminho Francês em detalhe:
Rutas do Camiño de Santiago francés

Credencial do peregrino

Para caminhar e ser aceito nos albergues de peregrinos ao longo do caminho você precisa ter a Credencial do Peregrino. Ela funciona como se fosse o seu passaporte. E em cada albergue que você se hospeda, você recebe um carimbo do local, com a data.  

Importante: você só pode ficar nos Albergues municipais ou donativos por uma noite.  A ideia é descansar, dormir e continuar a peregrinação!

Adquirimos as nossas credenciais na cidadezinha onde começamos o caminho: Saint-Jean-Pied-de-Port. Pagamos o valor simbólico de  1 €. Junto com a credencial você ganha a concha, o símbolo do peregrino.

Credencial de peregrino ao final dos 900 km, repleta de carimbos.
As cores da primavera.

Como fazer o Caminho de Santiago

O caminho pode ser feito de diversas formas:

Cada um faz do caminho, o seu caminho, ou seja, as possibilidades são infinitas. Por isso, cada um pode fazer o caminho à sua maneira, ou como achar melhor.

Nós caminhamos sempre com todos os nossos pertences nas costas. Nunca despachamos a mochila. E nunca pulamos trechos. E foi tudo ótimo.

Dicas:

  • existe um serviço de despachar as mochilas por trecho. Para isso você precisa decidir o trecho e o quanto vai caminhar, pois sua mala vai direto para o seu próximo albergue. Ou seja, você não pode mudar de idéia no meio do caminho. Custa cerca de 4€ por trecho.
  • também existe a possibilidade de despachar coisas que você vai comprando ao longo do caminho, ou mesmo roupas que levou e não vai usar, para Santiago de Compostela, pelos correiosVeja os serviços oferecidos  aqui.
Uma manhã qualquer.

Em quanto tempo fazer o Caminho de Santiago

Nós fizemos o Caminho de Santiago  tranquilamente, curtindo muito e num ritmo relativamente lento. Aproveitando cada passo dado, literalmente.

Paramos pra descansar durante três dias em Leon (o que foi bem bom!) e no final das contas foram 43 dias no total. Nossa média ficou em 25 km por dia.

Encontramos um amigo, o Bruno, no segundo dia de caminho, por coincidência, e o doido fez o mesmo trajeto em 31 dias!! 

Marina e Bruno descansando.

Por que fazer o Caminho de Santiago de Compostela

Tem gente que faz pela fé, afinal é um caminho de peregrinação. Tem gente que faz pelo turismo. Tem quem busque elevação espiritual ou algo que nem sabe direito o que é.

Conhecemos um senhor que fez o Caminho de Santiago para morrer nele. Parece triste, mas ele parecia em paz.

Você faz ele do jeito que quiser, no tempo que quiser, na velocidade que puder, pelos motivos que tiver. O caminho é totalmente flexível e adaptável.
Eu costumo dizer que o caminho é de infinitas possibilidades. Porque ele é!

Cada um tem o seu jeito e os seus motivos para sair caminhando. E isso é uma das coisas que mais me fascinam no Caminho de Santiago de Compostela.

Nossos motivos

Marina: 

eu sempre tive o sonho de fazer o Caminho de Santiago. E é uma dessas coisas que eu não sei explicar e tampouco sei de onde veio essa vontade. Só sabia que precisava fazer, mais cedo ou mais tarde.

Sempre tive muita curiosidade pelo desconhecido. Tenho um espírito livre e aventureiro, e o caminho sempre me fascinou. Além disso, o desafio de caminhar 900 km, atravessando o país e vendo a variação da paisagem, do clima, os vilarejos e cidades, tudo isso me encantava. Sabe aquela coisa que te emociona e te causa arrepios na pele só de pensar? Assim era como eu sentia o caminho, antes mesmo de chegar perto dele.

E pra ser sincera acho que eu também esperava encontrar algo durante a caminhada, sei lá, ter um insight, uma luz, algo que me dissesse que rumo seguir (porque eu estava bastante perdida nessa época). Mas não aconteceu. Ou eu não percebi na época. Ou foi tão sutil. Ou foi o razão de eu estar escrevendo isso agora!

Leia mais:
Encontrar um bar no meio do caminho é encontrar a felicidade!

Gabriel: 

Eu nunca tive o sonho de fazer o Caminho de Santiago. Para ser sincero, sabia da existência, mas não tinha muito conhecimento. Ademais, nunca tinha lido nada a respeito. Sabia que era uma rota de peregrinação. Na verdade, imaginava o caminho mais ou menos assim: uma única rota, de uns 100 km, pelo meio da floresta. Esse era minha imagem mental do Caminho de Santiago.

Quando a Marina veio com essa ideia de fazer o caminho, pela primeira vez, fui pesquisar o que era na prática o tal Caminho de Santiago. Descobri que o percurso era uma mescla de natureza e cidades. E que havia toda uma estrutura para acomodar os peregrinos, além de bares ao longo do trajeto. Diante disso, fiquei muito empolgado.

Sempre gostei de caminhar, de natureza, e de conhecer lugares novos. Percebi que o Caminho ia me proporcionar todas essas experiências juntas. E além disso, teríamos 40 dias para meditar e refletir sobre nossa futura vida na Europa.

Para finalizar, a ideia de cruzar um pais inteiro caminhando me parecia ser uma aventura, dessas de filmes, em que tudo podia acontecer, e onde de fato muita coisa aconteceu.

Todo lugar é palco para uma boa conversa.

Quem caminha?

Quem quiser! Todos caminham. Absolutamente qualquer pessoa pode fazer o Caminho de Santiago. Até mesmo quem não caminha.

O caminho é totalmente democrático. Vimos pessoas de todos os tipos, de todas as nacionalidades, idades, religiões, e até mesmo das mais variadas condições físicas. Vimos uma senhora de andador, pessoas em cadeiras de rodas, crianças de colo e de todas as idades. E cachorros com seus humanos.

Todos com um único objetivo: chegar a Santiago de Compostela. E isso torna a atmosfera do caminho algo totalmente surreal. E isso não tem como explicar, você vai ter que fazer pra saber.

Família do Alaska: começaram a caminhar em Paris.
Nosso amigo Ruperto e seus dois cachorros.
Uma das coisas mais interessante e que nos chamava a atenção, eram os grupinhos de pessoas que iam se formando e se dissolvendo ao longo do percurso. Grupos tão diversos quanto o nosso planeta!

A idade nunca importava, o idioma tampouco, as pessoas davam um jeito de se entender. Vimos adolescentes japoneses se juntando com senhoras brasileiras. Sendo que nenhum deles falava inglês, (e tampouco o idioma um do outro) e fazendo grande parte do trajeto juntos, como uma família.

Aliás o que mais se faz no caminho é amizade e famílias. Os grupos vão se formando de acordo com o ritmo de caminhada e algumas preferências, mas nunca pela idade ou idioma falado: esses não são fatores  limitantes no Caminho de Santiago! E isso nos fascinava!

Grupinho: uma brasileira, uma australiana, um italiano e um alemão.

Quanto custa

Outro fator altamente variável. Depende do local onde você vai dormir, do que vai comer e beber, se vai fazer compras, ou despachar bagagem e da própria duração da caminhada.

Nós gastamos, no total, 1000 € cada um.

Não economizamos com alimentação, cafés, cervejas ou vinhos, entretanto, optamos por dormir sempre nos albergues comunitários ou nos donativos (sempre que foi possível). Não exatamente por serem os mais baratos, mas por serem os mais incríveis! Ou seja, se você ficar em hostel normal vai gastar mais.

Entretanto, também é possível gastar menos. Nós comemos bastante na rua, mas a galera costuma se reunir nos albergues e preparar jantas coletivas, e sai bem baratinho! Como eu sou vegetariana preferia comer fora ou fazer um saladão, o que acabava saindo um pouco mais caro.

Ainda, existe o menu peregrino (prato + sobremesa + café) em todas as cidades do caminho, e o preço varia entre 6€ a 10€.

A cerveja e o vinho são muito bons e muito baratos! São mais baratos que água!!

Saladão com vinho, no albergue.

El Refugio, albergue vegetariano  incrível em La Faba.

Onde dormir

Não se preocupe, existem opções aos montes. E para todos os gostos e bolsos também! Há albergues e hotéis em praticamente todos os vilarejos e cidades pelos quais você vai passar. Ou seja, em média a cada 3 km existe, pelo menos, uma opção de lugar para passar a noite.

DICA: existe um aplicativo maravilhoso chamado EROSKI CONSUMER, que disponibiliza todas as informações que você vai precisar ao longo do caminho. Ele te dá as rotas, hoteis, distâncias, restaurantes e descreve tudinho com perfeição. Não faça o caminho sem ele!

Por exemplo: se você decidiu dormir na cidade x e chegou lá e todos os albergues estavam lotados (nunca nos aconteceu, mas vai que…) você terá que caminhar até a próxima vila ou cidade (ou voltar). Com esse aplicativo, você já sabe quanto precisará caminhar e quantos albergues terá na próxima cidade!

Os albergues comunitários variam de 4€ a 10€. São muito bons e nunca tivemos um problema sequer. Os donativos funcionam através de doações mesmo, você doa quanto puder.

Existem opções mais caras, com quartos privados. Ás vezes grupos de pessoas se juntam para dormir em um quarto privado, enfim, você pode escolher o que melhor se adapta ao seu estilo.

Nossa dica:

Sugerimos fortemente que você fique nos donativos ou nos comunitários. O clima é maravilhoso e rola aquela interação e atmosfera do caminho que só nesses lugares é possível de sentir. Uma experiência extraordinária.

Ficamos em um albergue com mais de 90 camas no mesmo quarto!!!  Você vai estar tão pleno e cansado que vai deitar e dormir. Além disso,  nos albergues donativos acontecem jantares e cafés da manhã comunitários, nesse mesmo esquema de doar o que pode. A comida é maravilhosa e o clima surreal.
Não é pela doação, é pela experiência que indicamos esses albergues. Tivemos as nossas melhores experiências e  lembranças justamente nos albergues donativos. 
Nosso primeiro albergue donativo: experiência inesquecível, com esses voluntários incríveis.
Jantar comunitário em um albergue vegetariano.

Fazer sozinho ou acompanhado

Não temos essa resposta. Fizemos juntos e foi maravilhoso. Mas a gente sempre se deu muito bem e o Gabriel é uma santa criatura.

Entretanto, vimos muito amigos e casais se separando ao longo dos dias, e muitos grupos novos se formando também. Vimos um casal de brasileiro se jogando mochilas durante uma discussão no meio de um trecho difícil. Foi o único momento tenso do caminho.

Como estávamos acompanhados não estávamos tão abertos. É claro que fizemos muitas amigos e caminhamos com muitas pessoas, mas estar sozinho é muito diferente.

Sozinhos ficamos mais abertos e receptivos, e o clima do caminho é tão maravilhosa que é praticamente impossível de fazer um trecho sozinho (a não ser que você queira muito). Isso porque as pessoas chegam o tempo todo, querem trocar e conversar e fazer amizade. Ou seja, mesmo que comece sozinho, jamais chegará ao final dele da mesma forma.

Além disso, todos se ajudam. Todos se preocupam uns com os outros. Todos que passam por você desejam bom dia e bom camino. “Buen Camino”!

O Caminho de Santiago mais parece um mundo encantado, perfeito, ideal: onde todos se amam, se querem bem e zelam uns pelos outros. Coisa mais linda! Queria que isso existisse na vida real. 

Marina, Gabriel e Bruno prontos para começar a caminhar.

Nosso caminho juntos

Eu amei fazer com o Gabi e ainda quero repetir tudo com ele. Apesar de ter milhares de coisas para decidir diariamente, nunca nos desentendemos. Ás vezes o cansaço e a fome me deixavam um pouco nervosa, mas nada que pusesse nosso casamento em risco!

Entretanto, ainda penso em algum dia caminhar sozinha. Acho que são experiências completamente diferentes. E sinto que seria legal ter essa percepção também. Veremos o que o futuro nos traz.

Marina deixando a camiseta favorita na árvore das doações.

O que levar

Pouquíssima coisa. O mínimo possível.

O recomendado é 10% do seu peso. Ou seja, minha mochila deveria pesar 5 kg. Comecei com 7 kg mas fui deixando coisas pelo caminho e acabei com menos de 5 kg! Iuuurruullll

Tem uma lista muito legal dos ítens indispensáveis no site Diários de Compostela. Foi o que eu levei e deu super certo!

Como se preparar fisicamente

Boa pergunta! A gente tentou correr e caminhar antes de ir mas não deu muito certo!

Eu sempre fiz todo o tipo de esporte. E além de correr e jogar futebol com frequência, tenho uma boa memória muscular. Entretanto, na época eu estava um pouco sedentária.

Para ser sincera, nosso único treino foi uma caminhada de 20 km pela beira da praia. Mas foi um porre e desistimos.

Fomos na cara e na coragem. O Gabi, que era bem mais sedentário, sofreu um pouco: teve problemas no joelho. 

Eu terminei ilesa, super tranquila, plena, maravilhosa. Não tive uma única bolha nos pés – caso raríssimo no Caminho. Acho que uma vida de exercícios foi fundamental para a qualidade do meu caminho! 

O Gabi teve de tudo: joelho inflamado, olho arranhado por um galho de árvore, gripe, febre e bed bugs, mas nenhuma bolha!

Quando você começa a caminhar, vê que sempre tem alguém pior: bolhas nos pés, pessoas de 80 anos, alguns carregando filhos nas costas ou em carrinhos, e a imensa maioria com o joelho enfaixado. Isso tudo serve de estímulo, então você vai!

Importante:

  • tenha consciência dos limites do seu corpo e não hesite em parar alguns dias, caso seja necessário. As vezes um dia de descanso muda tudo.
  • treine e se mantenha ativo antes, será muito mais fácil e menos doloroso. Mas a magia do caminho se encarrega de te fazer ir adiante dia após dia. Mesmo que não seja um atleta como eu! surprised wink
Ultimo dia de caminho: flutuando, plena de felicidade.

Tem internet?

A maioria dos albergues municipais (mais baratos, mais legais e onde a gente ficava sempre!) não tinha wi-fi. Não sei como estão hoje, do jeito que anda essa tecnologia.

Entretanto, todos os estabelecimentos e restaurantes têm wi-fi.

Logo na chegada comprei um chip da lycamobileCustou cerca de 20€.  Gabriel usava um da vodafone e ambos funcionaram muito bem.

Vamos ao que interessa

Antes de você começar a se planejar precisamos dizer uma coisa:

NÃO PLANEJE TODO O SEU CAMINHO ANTES DE COMEÇAR.

Você pode planejar absolutamente tudo se quiser, entretanto, recomendamos muito que não o faça, por mais pragmático e metódico que você seja!

E explicamos os porquês:

1. O caminho é você quem faz

Ele é totalmente aberto, livre e flexível. Você escolhe quando ir, onde começar, quando e onde parar, onde dormir, o que comer, quantas horas e quantos quilômetros caminhar, com quem conversar (se quiser conversar). Ou seja, você pode escolher absolutamente tudo!

2. Melhor do que programar é se informar

Infinitamente mais importante do que você ter tudo absolutamente programado, é você estar bem informado. E você vai fazendo isso ao longo do caminho (existe um aplicativo maravilhoso para isso, falei lá em cima!). Não precisa sair com planilhas e cadernos de anotações. Algumas coisas precisam ser decididas e programadas, mas não tudo. E aí está a magia do caminho, deixar as coisas acontecerem naturalmente.

3. Se entregue e deixe fluir

Confia. Entrega. Deixe a magia do caminho fluir livremente, esteja aberto: o Caminho de Santiago de Compostela é um dos raros momentos da vida onde podemos nos permitir não planejar e apenas seguir o fluxo.

4. Siga seu coração

Acima de tudo, siga o seu coração. Não estamos acostumados a isso, eu sei, entretanto faça o exercício: ouça seu corpo e a sua intuição. Faça o que seu corpo ou seu coração está te pedindo naquele exato momento. Se estiver cansado: pare. Se estiver disposto: veja a quantos quilômetros está a próxima cidade. Vá decidindo o que fazer ao longo da caminhada. Perceba os seus desejos e vontades. Por exemplo: sinta se você, naquele dia, quer dormir na cidade ou se prefere a tranquilidade de um vilarejo. 

5. Termine por se autoconhecer!

O Caminho de Santiago é uma ótima ferramenta para nos conhecermos, para entrar em contato com o nosso íntimo, nos observar, nos sentir. Aos poucos vamos aprendendo. E fica cada dia mais fácil, mais natural. Faça esse exercício! Você vai se surpreender! 

Ouça seu corpo e seu coração. 

Nascer do sol, surpresas do caminho.

Vida extraordinariamente simples

Muitas coisas são maravilhosas no caminho, mas acho que a mais fantástica delas é a rotina simples.

Durante a caminhada você só precisa do trivial, do mais básico. Acho que assim a vida deveria ser! Aliás, estamos dia a dia nos encaminhando pra isso. E chegando mais perto a cada dia.

No Caminho de Santiago de Compostela você apenas vai precisar fazer o seguinte:

  1. acordar;
  2. fechar a mochila;
  3. tomar um bom café da manhã;
  4. caminhar o quanto quiser;
  5. encontrar um albergue;
  6. tomar banho;
  7. lavar as roupas;
  8. ter tempo livre para conhecer a cidade ou descansar no albergue;
  9. jantar;
  10. arrumar a mochila;
  11. dormir;
  12. e começar tudo novamente!
Admirando a paisagem em um momento de descanso.

O caminho nos mudou

O caminho de santiago mudou nossas vidas. Já éramos a bastante simples e descomplicados. Entretanto, ficamos ainda mais. Além disso, consolidamos algumas coisas que já estávamos tentando praticar: desapego, minimalismo, movimento.

E fomos além: aprendemos a não ter medo do incerto, a gostar do que nos desafia, a respeitar o ritmo do corpo, a prestar mais atenção aos detalhes. 

Nos albergues aprendemos o que é ser voluntário de coração, e o sentido mais amplo da palavra DOAÇÃO, aprendemos a ser mais tolerantes, mais pacientes, mais amorosos, e mais abertos ao que o Universo tem a nos oferecer.

Caminhando juntos aprendemos a nos respeitar ainda mais. Aprendemos a ceder, a ouvir, a dividir absolutamente tudo. Exercitamos a paciência, e vixi, foi aprendizado sem fim.

Saímos do caminho certos de que podemos enfrentar o mundo juntos!

Um caminho de flores e cores.

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Se quiser saber mais sobre como foi o nosso caminho se increva no nosso blog. Estamos trabalhando em alguns posts lindos sobre a nossa experiência, e logo eles vão estar por aqui!

Esse assunto não tem fim. Se não ficou satisfeito com esse post e quer saber mais, nos escreva! Faça sua pergunta ou sugestões de posts que gostariam de ver por aqui.

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E esse é um dos nossos assuntos favoritos. 

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