Não sei se estou pronta para escrever sobre o chamado da espiritualidade, mas não tem problema, o blog é meu e vou escrever assim mesmo. 

Posso também chamar de pediu levou! E ao longo do texto explico meus motivos. 

Tudo começou quando lançamos esse blog e muitas pessoas começaram a pedir para escrever sobre os perrengues que tínhamos tido.

E muitas pessoas também nos questionaram do por que só apareciam coisas positivas no blog?!

Bom, a explicação é longa, mas vamos lá. 

Ceticismo

Sempre fui muito cética, questionadora. Estudei biologia, fui cientista, e sou atéia.

Nunca foi fácil para mim acreditar em coisas que eu não pudesse tocar, ver ou presenciar. Que não fossem concretas ou comprovadas cientificamente, sabe?

O fato é que de uns tempos para cá, tenho sentido a necessidade de me auto conhecer.

Já fiz muuuita terapia.

E aí comecei a ler alguns livros e fiz um curso de permacultura – que só depois descobri que era mais sobre auto conhecimento do que sobre permacultura, pasmem – onde conheci pessoas fantásticas que me jogaram no mundo da espiritualidade (não no sentido religioso dela).

E junto com isso veio mais indicação de leitura, e eu li tudo. E ainda não parei.

Eu era uma muralha da china de resistência nessa época. 

A queda do muro

A verdade é que algumas coisas faziam sentido, outras me deixam ainda mais cética.

Mas a grande maioria das coisas que estava lendo, me faziam refletir, o que eu achava bom.

Refletir e questionar, questionar e refletir.

Assim, a minha muralha foi desmoronando aos pouquinhos.

Mas ainda tem aquelas coisas que sinto que ainda não estou preparada para entender. Então deixo pra lá, e sigo nas que compreendo.

No entanto, nunca deixo de questionar. Tudo!

Espiando a vida por uma fresta do muro.

Acreditar

Esse texto é também pra dizer que pela primeira vez na vida eu começo a sentir, na pele, os efeitos desse ‘acreditar’. Que eu chamo de espiritualidade.

Hoje eu acredito no universo, na lei da atração, no fluxo de energia e nas vibrações. E no poder da nossa vibração.

E pela primeira vez me dou conta da importância de nos mantermos positivos, de controlar nossos pensamentos, nossas palavras e nossas atitudes.

Pois esse combo, todo junto, é o responsável pela nossa sintonia, pela frequência em que estamos vibrando. 

E eu quero essa vibração o mais elevada e o mais positiva possível.

Pois isso impacta e muito na nossa vida, nas nossas escolhas, nos nosso dia a dia e no nosso humor – não tenho mais como negar isso.

Consequentemente, isso se reflete em quem está do nosso lado e também no mundo ao nosso redor.

Porque todos somos um só! Somos todos energia.

E isso é física quântica, não é ripongagem! 

Estamos todos interligados e conectados. Somos como uma rede de computadores. 

A história por trás desse post

Quis escrever isso tudo por causa de uma história que vou tentar resumir agora:

Desde que lançamos o blog, coisas maravilhosas vinham acontecendo.

Comentários maravilhosos, pessoas incríveis aparecendo, novas conexões, ou o ressurgimento de pessoas queridas, muitas trocas, oportunidades surgindo enfim muita coisa linda acontecendo e novos caminhos sendo abertos, tudo ao mesmo tempo.

E tudo fazendo muito sentido pra nós. Foram meses intensos e saborosos.

Passado um tempo, algumas pessoas começaram  a perguntar sobre a parte ruim da nossa vida, sobre possíveis problemas e perrengues enfrentados nesse tempo de viagem (nessa época estávamos viajando há 1 ano e meio).

Essas pessoas não achavam possível – visto que a gente viaja quase sem dinheiro, trabalhando em troca de hospedagem e comida – que a gente tivesse só coisas boas para contar.

Estavam sentindo falta da parte ruim, dos perrengues e das histórias não tão felizes.

E começaram a nos perguntar muito, porque isso não aparecia no blog.

Desfrutando de um rio no meio do caminho e de uma deliciosa maçã.

Porque elas não existiam! 

Bom, a verdade é que não estavam no blog porque simplesmente não tínhamos tido nenhum problema até então.

Repito: não tínhamos tido NENHUM problema, NENHUM perrengue naquela altura. NADA

Durante esse ano e meio na estrada (agora já são mais de 2 anos – porque resgatei esses escritos e decidi postar pois acho importante compartilhar), vivendo da forma que vivemos, com orçamento baixíssimo, trabalhando em fazendas, com uma mochila e nada mais.

Para muitas pessoas parecia mesmo impossível não ter NENHUMA história negativa para contar.

A verdade é que eu achava normal e nunca sequer tínhamos pensado que algo de ruim pudesse nos acontecer. Isso realmente não era uma possibilidade na nossa cabeça.

Pra ser sincera, (não faça isso) nem seguro de viagem nós tínhamos durante o primeiro ano da nossa viagem.

Superando limites no caminho de Santiago de Compostela.

Mas….

Noiamos e entramos na onda. Começamos a achar que tínhamos que ter algo horrível para contar.

E ficamos até um pouco arrasados: “como não temos nem um perrengue para contar??” 

Essa pergunta dominava nossos pensamentos, e tentamos por um bom tempo tentar lembrar de algo de ruim que tinha nos acontecido. 

E então, entramos nessa loucura de que tinha que ter a parte ruim também, afinal viajamos sem dinheiro, passando trabalho e blá blá blá….

Assim, eu fui lá e tentei escrever um post sobre as coisas não tão boas que tinham nos acontecido. No final não deu certo, mudei o título e acabei me desculpando no final…por não ter tido perrengue….WHAT THE FUCK!?!?!?

Se ficou curioso e quiser ler esse post bizarro, vá em frente!  Viver viajando: nem tudo são flores

Sempre que vejo uma florzinha eu me jogo.

O que dois meses de nóia pode fazer com você

Passados dois meses desse post que escrevi pedindo desculpa por não ter tido problemas, seguimos viajando normalmente, como sempre, mas com uma pulga atrás da orelha, e sempre tentando lembrar de algo ruim para contar. 

Sério, isso ficou na nossa cabeças e por muito tempo. 

Vira e mexe tentávamos pensar em algo que pudesse ser não tão positivo assim para vir contar.

Virou tema recorrente e o nosso assunto mais frequente. Praticamente uma obsessão! 

Tipo assim: ” e aí, já lembrou de algo que a gente possa postar?”

Olha o nível da loucura…hj eu lembro disso e me sinto uma doida varrida. 🥸

A cara de doida dessa época.

Mas e porque tudo isso?

Tudo isso para conseguir ter um post sobre perrengues e coisas ruins, afinal de contas, não era possível viajar do jeito que viajamos sem que merdas aconteçam.

E além disso, porque parecia que estávamos mentindo (na nossa cabeça louca).

E ainda, queríamos agradar quem queria saber das desgraças

Só pretendo agradar a mim mesma daqui pra frente.

E finalmente… o pediu, levou!!! 

Então, finalmente, uns três meses depois do tal post – em que eu me desculpava por não ter perrengues – tivemos uma enxurrada deles!

Um atrás do outro, numa sequência incrível, frenética, louca e jamais experimentada antes por nós. 

Não estávamos acreditando. Mas era real. 

E a cada perrengue que passava. Pensávamos, pronto, esse é o último. E toma, mais um, e mais um, e assim foi por mais ou menos 10 dias, consecutivos – te juro! – tomando porrada atrás de porrada. 

Tivemos 10 dias de perrengues consecutivos!

Você aí que queria saber, está lendo esse artigo? Eu espero que sim, pois ele é pra você!

Passando por poucas e boas em Hanoi – icrível como olho pra minha cara nessa época e acho cara de louca.

A queda 

O resultado final foi que nós dois caímos de cama, com uma gripe terrível, e por 5 dias ficamos em um quarto de hostel, na barulhenta cidade de Hanoi.

E apenas saíamos para nos alimentar. 

Ficamos 15 dias em Hanoi, e foram dias bem sofridos: hotel com bed bugs, expulsos sem motivo de um hostel, hotéis que na foto da reserva tinham varanda e ao chegar mais parecia uma caverna úmida e por aí vai.

Tivemos um abalo sério na nossa estrutura que vinha funcionando tão bem. 

O quadro da dor: gripada e com dor, em um quarto barato de hotel em Hanoi.

O episódio final: dor física

Depois que curamos da gripe, que conseguimos fugir das espeluncas e enfim achar um lugar legal para passar uns dias, e botar o trabalho em dia, eis que acordo toda entrevada. 

Eu sentia dores esquisitas em todas as posições: deitada, de pé, dormindo, caminhando, sentada.

Já estava pesquisando na internet sobre nervo ciático, porque lembro que meu pai ficava entrevado e dizia que era o ciático.

Yoga

Foi aí que decidi fazer uma aula de yoga, para ver se ajudava a alongar. Coloquei um vídeo aleatório no youtube.

Fiz três aulas: na primeira quase desisti porque não conseguia ficar na posição da criança. Logo eu que sou bem flexível (quase chorei), mas segui firme, não conseguindo fazer quase nenhuma postura, tava com menos de 50% da minha flexibilidade normal, além da dor. 

Acabei a aula arrasada, mas dormi melhor do que na noite anterior. Fiz a segunda aula e melhorei um pouco mais, mas ainda não conseguia fazer a pose da criança sem dor. 

Na terceira aula, a professora (no yotube) começa a falar sobre energias negativas, sobre deixar ir, sobre dor física por acúmulo de energias negativas, e enquanto falava isso ia mandando respirar e deixar ir, respirar e deixar ir…

E eu juro que nunca tinha pensado que negatividade pudesse resultar em dor física antes desse episódio. 

Conclusão

Em momento algum eu tinha associado a minha rigidez, falta de flexibilidade e dor com um possível acúmulo de energia negativa.

E depois de respirar com ela umas 30 vezes, ouvindo deixa ir milhares de vezes, e então tentar refazer as posturas, comecei a rir e a chorar sozinha.

Pois naquele momento minha flexibilidade tava 100%, e as dores tinham desaparecido. Como num passe de mágica! Te juro que foi bem assim!

Gabriel Zen Budista

Ao final das respirações eu tava com zero dor, sendo que a 10 minutos atrás eu não conseguia fazer a postura da criança. Não acreditei e fui correndo falar com o Gabriel, que tava curtindo o anoitecer na varanda.

No alto da sabedoria budista dele, que não sei de onde vem ele me diz: “sim, mas é claro…tu nunca ouviu falar em dor física? Vai me dizer que tu não sabida que negatividade pode se transformar em dor física?”

Não respondi. Porque eu não sabia. E também nunca tinha pensado sobre isso. Pois agora sei. E mais do que isso, senti na pele! 

Desfocada, mas pronta para a próxima, já em Ho Chi Minh City.

A reflexão depois de tanto

Depois de passado esse turbilhão, paramos uns dias para refletir sobre tudo.

Percebemos que ao receber os pedidos de postar perrengues, ficamos vidrados na idéia de ter um perrengue para contar.

Mudamos nosso foco, nossa energia, paramos de meditar, eu parei de fazer yoga, e clima entre nós dois ficou estranho, e parece que só estávamos concentrados e focados em lembrar de algo ruim para contar. E isso durou meses! Que loucos…hoje contando me sinto tão ridícula.

E a conclusão na qual chegamos é: o universo nos deu uma baita lição! 

Nunca vou me esquecer desse episódio e de como isso mudou definitivamente as minhas crenças. Pois o que aconteceu foi que atraímos aquilo que estávamos querendo. Pura e simplesmente.

Pensamos tanto e gastamos tanto do nosso tempo procurando algo de ruim para contar, que ficamos pesados, negativos, cansados e viramos dois ímãs de negatividade.

Atraímos exatamente aquilo que estávamos querendo tanto: uma penca de perrengues e histórias ruins para contar. 

Me recuso a contar tudo pelo que passamos aqui (mas agora posso escrever um post sobre) porque foi um lapso. Porque não somos o que vivemos nesses dias de perrengue.

Somos leves e adaptáveis

Somos leves. Viajamos com alegria. Nos adaptamos as mais variadas situações e pessoas. Nunca reclamamos daquilo que recebemos. Porque a gente tem recebido tudo o que precisa. Na hora certa.

Gostamos desse jeito de viver, um tanto aventureiro, um pouco sem regras, sem muito dinheiro e dependendo um pouco dos outros. Tendo que confiar. Tendo que acreditar. Escolhemos viver assim. Queremos voltar a acreditamos nas pessoas. E tem sido possível até agora.

E se algo interessante e não tão bom ocorrer, naturalmente vamos escrever sobre. Porque somos assim.

O blog é a nossa vida nua e crua

Esse blog é sobre nossa vida.

Nossa trajetória, nossas experiências, vivências, aprendizados, sobre nossa jornada de evolução como seres humanos, completamente diferentes um do outro,  desbravando juntos as profundezas desse mundão! 

Só isso já é bastante desafiador.

E adoramos esse desafio. Escolhemos ele também. Mas a escolha maior é viajar com leveza.

É sermos verdadeiros. Ajudar a quem precisa. Impactar o mínimo possível. Espalhar mensagens positivas. Sermos transparentes. E acima de tudo desfrutar. E escolhemos compartilhar tudo por aqui.

Então, só queria dizer, que tudo que está nesse blog é o que realmente nos acontece. Se não tem história ruim aqui, é porque não temos espaço pra isso na nossa vida real. 

Entretanto, você pode ter certeza de que, se naturalmente coisas não tão boas acontecerem, essas histórias estarão aqui também. 

E no fundo, essa negatividade que nos atingiu foi um baita aprendizado. Passei a acreditar em coisas que já me faziam algum sentido, mas que agora brilham pra mim!

 Lei da atração, positividade, pensamentos lindos, alegria, meditação e yoga, vem nimim!!! Porque eu não sei mais viver sem vocês. 

Sempre juntos, passando por poucas e boas ➳ 

E Universo, 

sinto muito, 

me perdoa por duvidar.

Eu te amo. 

E sou muito grata por tudo! 

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