A viagem de Slow Boat para Luang Prabang talvez seja uma das mais controversas entre os viajantes do Sudeste Asiático. Existem aqueles que amam e aqueles que odeiam. Nós pertencemos ao grupo dos que amam!
Nós não só adoramos cada segundo dessa experiência, como também recomendamos que se você puder, faça essa travessia.
Esse post vem do fundo dos nossos corações, junto com algumas lindas lembranças dessa viagem.
Vamos tentar detalhar ao máximo, cada passo, para te ajudar a embarcar nessa incrível viagem de barco pelo imponente rio Mekong.
O que é slow boat?
Chama-se slow boat porque o barco é realmente lento. E a viagem dura dois dias. Mas não desista só pelo fator tempo. A viagem em si é um passeio lindo.
São dois dias navegando lentamente pelo rio Mekong, observando as mais inusitadas cenas e as mais belas paisagens.
O tal do slow boat se assemelha muito a um ônibus pinga pinga do Brasil. Pois é o meio de transporte utilizado pela população local. O barco vai parando a cada vilarejo ao longo do rio.
A viagem de slow boat para Luang Prabang
A viagem de slow boat começa na cidade fronteiriça de Huay Xai, no lado do Laos. E termina em Luang Prabang, uma charmosa e encantadora cidade do Laos.
São dois dias navegando pelo rio Mekong, a bordo desse barco longo e muito peculiar. Os passageiros são uma mistura de turistas e locais.
Primeiro dia
O primeiro dia de viagem começa em Huay Xai e termina em Pak Beng, uma cidadezinha no meio do nada. Pak Beng é repleta de homestays para os turistas passarem a noite, e seguirem viagem no dia seguinte.
Segundo dia
O segundo dia começa em Pak Beng e termina em Luang Prabang, que é a segunda maior cidade do Laos. A maior cidade é a capital, Vienciana.
Como comprar os pacotes fechados no norte da Tailândia
É muito fácil fazer essa viagem, seja por conta própria, seja comprando um pacote.
Se você está no norte da Tailândia, seja em Pai, Chiang Mai ou Chiang Rai, basta se dirigir a alguma agência de turismo e comprar o pacote completo e ser feliz!
Os pacotes de Chiang Mai custam em torno de 1.800 Bath, e incluem:
- ônibus até a fronteira com o Laos;
- hotel para passar a noite no primeiro dia com café da manhã;
- transporte para cruzar a fronteira no outro dia;
- tuk tuk até o pier do slow boat;
- e os tickets do slow boat.
?? Importante: Nos pacotes não está incluído o hotel do segundo dia em Pak Beng. Entretanto, você não precisa se preocupar, pois existem muitas opções. E assim que você sair do barco, aparecerão milhares de pessoas lhe oferecendo quartos. Você só vai precisar negociar e escolher o que mais lhe agrada!
Como fazer por conta própria a viagem de slow boat para Luang Prabang
Se você é como a gente e adora fazer as viagens por conta própria, vai tranquilo. Pois é muito fácil.
O que você precisa fazer é comprar uma passagem de ônibus para Chiang Khong, que é a cidade fronteiriça entre a Tailândia e o Laos. A passagem custa em torno de 500 baht e a viagem dura cerca de 6 horas.
Nós estávamos em Pai, no norte da Tailândia e compramos a passagem: Pai – Chiang Khong. Dessa forma, nossa viagem durou cerca de 8 horas.
?? IMPORTANTE: A fronteira fecha às 18 horas. Então, se a sua ideia é cruzar no mesmo dia, se programe para sair bem cedo.
A fronteira fica um pouco afastada de Chiang Khong e Pak Beng. Nosso ônibus de Pai nos deixou na fronteira, mas após cruzar para o Laos, tivemos que pegar um Tuk Tuk até Huay Xai. Não lembramos o preço, mas negocie sempre!
Comprando os tickets em Huay Xai
Todos os hoteis em Huay Xai, já no Laos, vendem os tickets do Slow Boat para Luang Prabang, e geralmente cobram em torno de 250 mil Kip (moeda do Laos).
Nós compramos diretamente no Píer de onde saem os barcos, e recomendamos fazer o mesmo. Compramos no mesmo dia da viagem. O barco saía as 11 da manhã, e compramos os tickets as 8 da manhã do mesmo dia.
?? Direto no píer os tickets custam 220 mil kips.
Antes da viagem
O píer de Huay Xai é caótico. Com muitos barcos de moradores locais que chegam cheios de animais para serem vendidos, como patos e galinhas, fardos de produtos, comida entre outras milhares de coisas.
Existem alguns bares no entorno do píer que vendem sanduíches, frutas, bolachas, água, café e cerveja. Recomendamos comprar algumas frutas e água para a viagem.
Além disso, dentro do barco tem um bar que vende as mesmas coisas, porém, mais caras.
Primeiro dia de viagem – relato prático
O Slow Boat para Luang Prabang sai do píer de Huay Xay às 11 horas. Embarcamos um pouco antes disso. E apesar do píer ser caótico, o embarque é bem tranquilo. As malas vão na parte de trás do barco, onde fica o motor.
Geralmente na parte da frente do barco ficam os locais. Nós, turistas, ficamos na parte do meio. O barco é muito peculiar, os assentos são bancos de carros reaproveitados e são mais confortáveis do que imaginamos.
?? DICA: procure sentar o mais para a frente possível, pois na parte de trás, que é onde fica o motor, pode ser bem barulhento.
Primeiro dia de viagem – Início
A vigem começa e vamos deixando o píer para trás. A multidão e o caos dão espaço à tranquilidade e à imensidão do rio Mekong.
Os primeiros momentos são de puro deleite. O céu está nublado. Lá fora faz mais de 30 graus. Entretanto, no barco o vento no rosto é um presente que ameniza o calorão dos minutos anteriores.
A natureza é exuberante, e a sensação é de que estamos em algum lugar do passado. Tudo que temos para fazer no momento é aproveitar a viagem, apreciar a floresta, o rio e trocar olhares e sorrisos com os locais.
A viagem não é direta, o barco para inúmeras vezes nos mais variados lugares, para deixar ou pegar moradores locais, que se deslocam pelo rio. Eles trazem comidas, roupas, motos, crianças e tudo o que você pode imaginar.
Em alguns pontos de parada, crianças se aproximam do barco para vender pulserinhas para os turistas. O primeiro sentimento que temos ao vê-las é de tristeza. Mas ao nos aproximarmos, logo percebemos o quão alegres elas são. Essas crianças tem uma vida simples, e são genuinamente felizes. E pensamos que talvez seja uma dádiva viver assim, isolados e longe do resto do mundo. E o sentimento inicial de tristeza dá lugar a uma estranha sensação, de querer fazer o mesmo. De participar, te ter esse mesmo sorriso no rosto. Essa vida simples. Esse contato íntimo com a natureza.
Um dia Curto
O dia transcorre, as cenas se repetem, dentro do barco algum turistas dormem, outros devoram livros, poucos conversam. Nós admiramos a floresta, e nos perdemos traçando um paralelo entre o rio Mekong com os rios da Amazônia e o Norte do Brasil. As semelhanças são muitas: o clima, as populações ribeirinhas, a simplicidade da vida, a abundância de verde e rios enormes. E por inúmeras vezes nos sentimos em casa.
O primeiro dia vai terminando. E já conseguimos avistar Pak Beng, nossa primeira parada para pernoitar fora do barco. O píer já está cheio de locais, e logo logo vamos entender o porquê.
O barco encosta. Deixamos todos desembarcarem, não temos pressa.
Pak Beng
Ao pisar em terra somos cercados por muitas pessoas oferecendo quartos para dormir. Atordoados e sem entender muito bem, avistamos uma menininha simpática e sorridente. Ela deve ter no máximo 14 anos, segura uma placa com a foto de um belo quarto e fala um inglês quase perfeito. Sua alegria é contagiante. Nos encantamos com ela e fechamos o quarto. No pacote, está incluído um Tuk Tuk até lá.
Subimos no Tuk Tuk e vamos até o nosso new bedroom, como ela falava. Andamos apenas alguns poucos minutos. A cidade é minúscula, e temos a sensação que ela só existe por causa do Slow Boat. Chegamos ao nosso quarto. Era novinho e simples, com uma cama de casal e um banheiro. Parecia perfeito.
Largamos nossas coisas, tomamos um banho e saímos para jantar e explorar a cidade.
?? DICA: Não demore para ir jantar, os lugares fecham muito cedo.
Um Passeio rápido
Já estava tudo estava fechado quando saímos. Fomos salvos por um local muito querido, que nos viu procurando comida, e abriu o seu restaurante (que já tinha fechado) e nos serviu uma comida vegetariana ótima! Aproveitamos para provar pela primeira vez a BeerLao, a cerveja do Laos.
Depois disso, fomos caminhar pela cidade, o que levou dois minutos, porque a cidade é apenas uma rua. Mas foi muito interessante. Vimos pessoas reunidas em frente às suas casa, sentadas em rodinhas no chão, bebendo e comendo juntas, e crianças brincando na rua. As casas são de madeira escura, a iluminação das ruas é fraca, o silêncio toma conta. Temos a sensação de estar em algum lugar do passado.
Rua deserta, apenas nossos passos quebram o silêncio da noite. Já passava das 22h e resolvemos ir dormir. No dia seguinte o barco partia às 8h, então descansar era a melhor coisa a fazer.
Pequenos Incovenientes
Deitamos na cama e apagamos as luzes. Não demorou muito senti um coceira no rosto. (Gabriel que escreve esse texto) Comecei a ficar preocupado. Alguns minutos depois sinto outra coceira perto da anterior. Levanto da cama com uma certeza: bed bugs!! ?
Já sou experts em bed bugs, pois durante o Caminho de Santiago tive uma experiência terrível com esses insetos, chamados de percevejos no Brasil. Assim, imediatamente após essa segunda coceira, acendo a luz e começo a procurar pelas bichos malditos.
Sem surpresa nenhuma, achamos uns quatro, ja gordos do meu sangue. Por alguns segundos bate um desespero, ficamos sem saber o que fazer, não podemos dormir na cama. Também não fazemos ideia de onde encontrar a dona do hotel. Então, decidimos dormir no chão.
Sempre carregamos nossos sacos de dormir, e nesse dia eles foram de total utilidade. Aconselhamos a todos os viajantes a fazer o mesmo, pois nem sempre as condições de higiene serão as melhores. Mas o saco de dormir pode salvar uma vida! ?
Colocamos o edredom no chão, pegamos os travesseiros, nos ensacamos, e tivemos uma noite de sono tranquila. ?
Segundo dia de viagem – relato prático
Acordamos cedo e fomos buscar um café da manhã! Logo encontramos um pão com banana maravilhoso, e fomos para o píer cedo, pois dessa vez o Slow Boat sai as 8h30min.
O segundo dia de viagem é mais cansativo. O barco chega em Luang Prabang as 17h30min.
São quase 10 horas de viagem com muitas paradas.
Segundo dia de viagem – o início
Embarcamos. O barco não é o mesmo, mas é praticamente igual: mesmos bancos, mesmos turistas. E a mesma sensação de estar em um lugar onde o tempo não existe. O sol já aparece e a temperatura começa a aumentar. Logo vamos desejar um dia nublado novamente.
Pak Beng já virou mais uma memória entre tantas outras da viagem até aqui. Florestas, crianças, sorrisos, animais, bed bugs, hospitalidade, pobreza, simplicidade. Dias intensos. Exige da gente um certo exercício, de limpar a mente para absorver novas coisas e cenas que virão.
O rio Mekong é gigante! Gigante na sua história, na importância e na diversidade de vida que abriga. O Slow Boat faz paradas praticamente a cada 30 minutos. Ficamos abismados com a quantidade de pessoas vivendo as margens do Rio, e que tem no barco seu único meio de transporte.
Esses barcos também funcionam como casas, inclusive o nosso. A parte de trás, é reservada para isso. Existe um cama de casal, e uma cozinha, que consiste em um fogão de brasa. Uma criança dorme em meio ao barulho ensurdecedor do motor, enquanto sua mãe lava roupa e cozinha um sticky rice.
Um dia longo
Ao longo do dia vamos passando por muitas dessas casas barcos, e sinto uma vontade imensa de viver em uma delas por um tempo. Vemos muitas crianças, brincando as margens do Rio, a maioria sem roupa, correndo livres, saltando na água, correndo pela areia, tomando banho com bóias adaptadas, e gritando sempre que avistam um barco: Sabaidee!!! (sabaidee significa “oi” em Laosiano)
Novamente, a liberdade e a felicidade dessas crianças não me deixa ficar triste por elas, não penso que são pobres ou que não tem acessos a bens, só penso como são genuinamente felizes, e isso nos faz sentir leve.
O Slow Boat segue navegando pelo Mekong e o sol esquenta o dia. Os turistas começam a se agitar em busca de uma BeerLao, para tentar se refrescar. Resolvemos fazer a mesma coisa. Em seguida cochilamos.
Acordamos com os turistas numa jogatina violenta. Tinham virado seus bancos e transformaram o barco em uma sala de jogos. Muitas cerveja e cartas. Cada um faz o que pode para passar o tempo. Marina lê, eu vou para a a parte da frente filmar os locais. Adoro estar entre eles. Um se aproxima e quer ver tudo que eu filmo. A cada imagem que lhe mostro ele olha nos meus olhos e me da um sorriso.
O dia transcorre lentamente, assim como o Slow Boat. O sol dá um trégua e é possível admirar as paisagens novamente. Tudo é tão surreal. E tão encantador.
Fim da Viagem
Vamos nos aproximando do destino final, e de longe já avistamos o píer. Um misto de sentimentos toma conta de nós.
Estamos felizes por chegar. Foi um dia cansativo e muito quente. Mas tristes pelo fim da viagem, pelo voltar do tempo real. Percebo que no fundo gostaria que fosse apenas mais uma parada. Para poder continuar apreciando tudo assim, lentamente, sem noção do tempo, perdida em pensamentos e emoções, em meio a essa atmosfera de simplicidade, beleza e felicidade plena.
Essa sensação de estar em um lugar sem tempo… espero que não tardemos muito a voltar a sentir.
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