Essa foi a nossa primeira e única experiência com work exchange no Laos, novamente pelo workaway. Passamos três semanas mágicas em uma eco farm, aprendendo sobre permacultura.

Apenas ficamos com vontade de voltar para novas experiências nesse país sensacional.

Durante essas três semanas fizemos parte de um projeto lindo: o Namkham ProjectContamos tudo ao longo desse post. Vem com a gente!  ?‍? ? ?‍?

O percurso

Nosso percurso até aqui foi bastante peculiar e faremos um post só sobre o ele.

Saímos de Pai, na Tailândia e fomos de mini van até a fronteira com o Laos. Cruzamos a fronteira e passamos a noite em Huay Xai, nossa primeira cidade no Laos.

Na manhã seguinte pegamos um slow boat com destino a Luang Prabang, e fomos navegando pelo incrível Rio Mekong. A viagem durou dois dias.

A viagem por si só já foi uma belíssima experiência: adoramos o contato com as pessoas no barco, e a paisagem ao longo do Mekong é deslumbrante. A essa altura, já estávamos apaixonados pelo Laos.

  • O combo mini van + slow boat custa cerca de 1800 bath por pessoa.

Você pode pesquisar preços no 12GOAsia, usamos sempre e é muito útil.

Nós pagamos um pouco menos porque o Gabi é o rei da pechincha e resolveu comprar tudo por conta própria, sem intermédio de agências.

Para voar, pesquise na low cost AirAsia, geralmente tem vôos bem acessíveis.

Entretanto existem milhares de maneiras de chegar em Luang Prabang. Ela é a segunda maior cidade do Laos, e possui aeroporto internacional e rodoviária.

Slow Boat, o RIo Mekong e as montanhas.

Marina e seu kindle durante a viagem.

Slow Boats no píer de Xuay Xai.

Interior do Slow Boat.

Localização

A Eco Farm do Namhkam Project fica em Luang Prabang, no Laos. A fazenda fica a cerca de 6 km da cidade, nas margens do rio que dá nome ao projeto: o Rio Nam Kham.

Fomos até lá de Tuk Tuk e nos custou 90.000 kip, mas depois descobrimos que na verdade custava 60.000 Kip, ou seja, pagamos preço de turista. Esse preço é pelo Tuk Tuk, e não por pessoa.

Entrada do NamKhan Project.

Hortas sendo irrigadas.

Rio Nam Kham.

Interior de uma estufa da Ecofarm.

Primeiras impressões

Ao chegar já ficamos maravilhados. A estrada era péssima então o Tuk tuk nos deixou no meio do caminho. Íamos caminhando e alguém passa e nos oferece carona. Era Xisca, uma espanhola querida e simpática, e a idealizadora do projeto, junto com seu marido Paul, um alemão que não chegamos a conhecer.

Chegamos, largamos nossas coisas no quarto é já era hora da janta: sticky rice com vegetais. Assim, já conhecemos todo o pessoal que estava por lá.

Dividimos o quarto com Emelie, de Estocolmo, e Philip, de Frankfurt. Além deles moram na fazenda Estel, uma espanhola que começou como voluntária e já estava trabalhando há um ano por lá, Juan, de Maiorca, responsável pelo trabalho pesado de construção e Andres, outro espanhol de um pequeno vilarejo, responsável pela marcenaria de todo o projeto.

Além deles, o staff do Laos: Campu, Camput, Bandit, Da e Tadam. Todos eles estudaram permacultura e agora trabalham e moram na eco farm. 

O Responsável pela eco farm era Patrick, um francês alemão muito gente boa. 

Philip e a gatinha.

Emelie.

Bandit.

Camput.

Campu.

Negrita e Andrés.

Tadam e Da.

Patrick.

Da.

Estrutura ou acomodações

Nosso quarto era bem legal: simples e eficiente. Tinha dois beliches, um móvel para guardar roupas e um cabideiro. Estávamos em quatro e foi tudo super tranquilo e muito pacífico.

Adoramos fazer voluntariado em fazendas orgânicas, pois sempre encontramos pessoas que possuem mentalidade e valores parecidos com os nossos.

Havia a nossa cozinha e um restaurante que seria aberto ao público, mas que ainda não estava totalmente pronto. Hoje já deve estar funcionando!

Todos as pessoas que trabalham no projeto moram ali, como se fosse uma mini comunidade. Então a estrutura é muito boa e era muito agradável passar as tardes de folga por lá.

Tem rede, mesas, bancos e cadeiras, e muitos lugares para trabalhar ou descansar. Além disso, o lugar é lindo, em meio à natureza, rodeado de verde e na beira do rio. 

Realizando o sonho do escritório ao ar livre.

Nosso restaurante.

Restaurante aberto ao púbico..

Gabi sempre com visita na cama.

Mon, Marina, Meo e Emelie.

Mesas na rua, em frente a cozinha.

As casinhas fofas.

Banheiro simpático.

Rotina e horário de trabalho

Com certeza esse foi o work exchange onde mais trabalhamos, mas o pessoal era tão legal e a vibe sempre tão maravilhosa que não nos importamos. E o tempo passou voando! Ficamos por três semanas e mal vimos o tempo passar. E temos muita saudade!

Nossa rotina era a seguinte:

  • Trabalhávamos das 7h às 9h
  • Café da manhã das 9h às 9h:30min
  • Trabalho das 10h até às 12h:30min

Almoçávamos todos juntos e depois disso tínhamos a tarde livre.

Além disso, tínhamos tarefas de limpeza e manutenção divididas entre os voluntários e que variavam na semana, tais como:

  • Ajudar a preparar o café da manhã;
  • Recolher os lixos dos cestos de toda a propriedade;
  • Levar os restos de comida da cozinha para as galinhas;
  • Limpar os banheiros;
  • Limpar o chão do nosso quarto.

Essa essa a nossa rotina de segunda à sábado. Ou seja, tínhamos apenas o Domingo de folga.

Ahamm! Trabalhávamos SEIS dias por semana! E não reclamamos disso. Foi demais!!  ??‍?

Levando o lixo da fazenda para ser recolhido.

Caminhando num fim de tarde.

Philip brincando com Habichuela.

Marina testando figurinos.

Hora do Palalá (descanso em Lao).

Alimentando as galinhas.

Vai e vem constante.

Chamado para o Kinkao (almoço).

Um trabalho especial

Todas as segundas e quartas-feiras íamos, a pé, até a escola da vila vizinha, a Done keo Village. Lá ensinávamos inglês para crianças de 4  a 10 anos. ?‍?

A comunidade da Done Keo é conhecida pela fabricação artesanal de cestas de bambu. E pelo caminho víamos as mulheres sentadas no chão entrelaçando os bamboos, transformando-os em lindas cestas. Que seriam vendidas mais tarde em Luang Prabang.

E na volta, depois de terminada a aula, por volta das 17h 30min,  já estavam todos reunidos em frente as suas casas, tomando Beer Lao, preparando a janta, confraternizando. E sempre nos convidavam para nos juntarmos a eles.

São pessoas muito especiais, acolhedoras, amorosas, e são incrivelmente felizes. Estão sempre com um sorriso no rosto, com os braços abertos, e nos fizeram tão bem! ❤️

Gabi ensinando inglês.

Prestando atenção no professor.

Escrevendo para não esquecer.

Felizes depois da aula.

Voltando com a professora preferida.

Crianças da Done Keo Village.

Fazendo as lindas cestas.

Trabalho na Eco Farm

O trabalho foi dividido em duas tarefas principais:

 ?? cuidar e trabalhar na eco farm

 ?? tirar areia trazida pelo rio.

Explico a segunda tarefa: um pouco antes de chegarmos, uma represa do rio (o Laos tem várias hidrelétricas controladas por chineses) foi aberta e o nível do rio subiu mais do que o volume normal e inundou grande parte da área do projeto, soterrando e destruindo coisas que tinham sido recém construídas. 

As partes afetadas foram: a piscina, banheiros, o lugar para fazer yoga e a futura recepção do projeto. A areia e a lama simplesmente tomaram conta de tudo. Então, passamos grande parte do nosso tempo, fazendo mutirão para tirar a areia desses lugares.

Na eco farm fizemos um pouco de tudo:

  • Viramos composto;
  • Tiramos ervas daninhas;
  • Cobrimos o solo com folhas;
  • Recolhemos folhas do chão para levar para os canteiros;
  • Plantamos;
  • Colhemos;
  • Adubamos as novas mudas;
  • Regamos as plantas e as novas mudas;
  • Amarramos tomatinhos;
  • Capinamos e preparamos novos canteiros;

Recolhendo folhas para cobrir o solo.

Virando composto.

Plantanto mandioca.

Limpando a terra.

Adubando o solo.

Tirando areia dos banheiros.

Plantando pepinos.

Limpando área em volta do restaurante.

Recolhendo folhas para os canteiros.

Amarrando tomatinhos.

Palalá = pausa em Lao.

Alimentação

A comida era muito boa. Comida do Laos, feita por cozinheiras locais que não falavam uma única palavra em inglês, e também não entendiam quase nada. Mas eram uns amores. 

Foi uma experiência extraordinária. Aprendemos a comer como os locais: eles nunca usam prato. Fazem uma bolota de arroz com os acompanhamentos no meio ou em cima do arroz e comem assim, com as mãos. Ou fazem pequenas bolinhas de arroz, que ficam enrolando com as mãos, e então comem junto com os acompanhamentos: muitas folhas verdes, verduras, ovo e alguma carne.

No Laos, tudo que se mexe vai pra panela: rato, cachorro, passarinho, aves, falcões, cobras, rãs, gafanhotos e por aí vai. A lista é imensa!

Aprendemos a comer coisas diferentes e de formas diferentes. Por exemplo: folhas de mandioca ou aipim, como se fosse espinafre! Uma delícia. E milhares de outras folhas verdes que eles comem cruas, como salada e que não faço a menor idéia do que seja. Devem ser Pancs.

Tinha comida vegetariana, pois eu e Emelie não comíamos carne. E sempre tinha um molhinho de pimenta mega picante maravilhoso. As vezes com berinjela junto. Delícia!!!   ? +

O cardápio era o mesmo para toda a semana. E o stick rice (que eu amo!) estava presente no café da manhã, almoço e janta, ou seja, lá pela terceira semana já estávamos um pouco enjoados de comer a mesma coisa. Ainda assim adoramos e fomos bem felizes.

Só não sabemos como seria ficar três meses…

Folhas de mandioca.

Mesa sempre farta no café da manhã.

Noodle soup para o almoço.

Aprendizados

Vixi…sempre são tantos. Não sei se gosto de enumerar porque minha lista sempre parece subestimada e superficial, já que tem coisas que são impossíveis de colocar em palavras, mas vamos lá:

  • Aprendemos a viver em comunidade;
  • Aprendemos sobre a cultura e a vida das pessoas do Laos;
  • Aprendemos a falar Lao;
  • Aprendemos a comer como Lao (Laos vegerarianos, mas ok);
  • Aprendemos a trabalhar brincando e sorrindo o tempo todo;
  • Aprendemos mais sobre permacultura, sobre plantar, colher, sobre preparar o solo, sobre o tempo das coisas, sobre as diferenças de cada lugar, e sobre abundância;
  • Aprendemos a comer mais pimenta ainda;
  • A fazer sticky rice e a comê-lo em todas as refeições por três semanas;
  • A beber cerveja com gelo e como Lao People: dividem o mesmo copo, cada um bebe uma vez e o copo roda, como chimarrão;
  • A comer sementes de girassol, de abóbora e de melancia como loucos;
  • A comer folhas de mandioca;
  • Aprendemos a pintar e a lixar madeira;

Sobre as pessoas

O pessoal estava tão disposto e aberto a aprender. Ficamos impressionados. Campu estava sempre estudando inglês nas horas vagas. Era o que melhor se comunicava, muito esperto, entendia tudo e já falava inglês muito bem.

Bandit aprendeu só de conviver com Philip: o voluntário alemão que já estava um mês por lá.  E Philip por sua vez,  já entendia Lao como ninguém. Os dois se comunicavam e se entendiam perfeitamente. Era lindo de ver. Incrível a troca que acontecia nesse lugar.

Participamos de um aniversário na casa da Mon, que era uma das cozinheiras do projeto. Mon nos proporcionou uma noite inesquecível: com direito a muitas risadas, Karaoke e dancinhas típicas. E um banquete maravilhoso, cheio de pratos típicos, regado a beerlau, whiskylao. E pra finalizar um bolo com velinhas. Cantamos parabéns em todos os idiomas e foi uma noite linda. ?

Tentei mas sinto que não consigo expressar o quanto essas pessoas são especiais. O quanto nos fizeram sentir em casa. O quanto aprendemos com a leveza, a simplicidade e com esse sorriso que eles levam sempre no rosto. Não importa o que aconteça, ou quão dura seja a vida: eles sorriem e desfrutam dela da melhor maneira. 

Descansando.

Fazendo as cestas fofas.

Noites de muita paz.

Marina com um raro sorriso para câmera.

Aniversário da Mon.

Assuncion, cabra da peste. ?

Cachorro X Comida

Uma coisa que não posso esquecer de comentar: no Laos se come cachorro.

E na fazenda haviam mais de 10 cachorros, 3 gatos, uma cabra e um falcão (que eles iam comer e foi resgatado e estava aprendendo a comer e voar). Além do pessoal que trabalhava na ecofarm, haviam os que trabalhavam na construção. Todos locais. Todos comedores de cachorros. E vimos ali, que a relação deles com os bichos mudou completamente.

Tinha um Lao people (não lembro o nome – eles tem nomes difíceis – mas é o que aparece na foto abaixo) em especial, que toda refeição saia com uma bola de arroz na mão e era acompanhado por todos os cachorros e pela cabra, que aguardavam ansiosos pelo momento de comer o que ele oferecia.

Eles passaram a ver o bichos de outra forma, pela primeira vez na vida. Faziam carinho, e no final acabaram virando melhores amigos. Não sei se continuam comendo cachorros, talvez alguns não…só sei que uma nova relação foi estabelecida por lá. 

                                  Cachorrada e cabra esperando a comida.

Sobre o projeto

Simplesmente amamos o Namkham Project. Um projeto lindo, sério, efetivo, que ajuda e educa a comunidade local, além de todo o impacto ecológico de cultivar de modo orgânico, regenerar e recuperar áreas improdutivas, entre outras coisas.  Além disso, fomos muito bem tratados, e recomendamos muito essa experiência.

Se você quiser conhecer o Laos profundo e ainda aprender sobre muito sobre permacultura esse lugar é perfeito para isso! 

 ? Você pode entrar em contato com eles diretamente pelo site ou pelo workaway. 

Gratidão

As pessoas do Laos são muito simples. É um povo sofrido, pobre, que trabalha duro. Mas que se agarra as oportunidades que tem e está aberto a mudanças. A aprender, a compartilhar, a ensinar, e a sorrir sempre. Trabalham sorrindo, falam sorrindo. E são genuinamente felizes. Foi maravilhoso conviver e conhecer de perto essas pessoas. Somos gratos por ter descoberto esse projeto e por todos os dias que passamos junto dessas pessoas.

E assim passaram três semanas nesse lugar. Três semanas de trabalho duro. De amizades, de descobertas, de empatia, de se fazer entender por gestos e olhares, e de muita doçura.

Aprendemos muito mais do que a gente podia imaginar.

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